segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Noite para se refletir

Muitas coisas nos levaram a pensar que esta noite não iriamos nos reunir em torno da grande roda. Sentimentos e pressentimentos nos conduziam a estagnação, porém mesmo com tudo dando a entender o contrário, nadamos contra a maré e então lá estávamos nós. Apenas dois guerreiros, porém nossos corações estão conectados com todos os outros, e então a grande magia aconteceu e a roda mais uma vez girou em nossas vidas.

Um começo silencioso, porém dentro de nós tudo nos falava, tudo era ouvido e tudo enxergado. Só então uma música já conhecida, toma novo formato e força quanto por intuição, nós a contamos de outra forma e como sempre podemos ouvir, muitas vozes nos acompanham na cantoria e nos tornamos uma só voz, um só ser. A conexão é cada vez mais forte e cada vez mais próxima. Somos um com o todo e nossos corações e almas estão em festa mais uma vez.

Sentimos então duas grandes forças. O Vovô Sol e a Vovó Lua se fizeram presentes e então o equilíbrio foi nos mostrado. Força Masculina e Força Feminina em conjunto nos trazendo conforto e harmonia, paz e tranquilidade, força e clareza. Agradecemos pelas presenças e compartilhamos com elas do aprendizado que nos era mostrado.

Então conversamos e compartilhamos com a roda diversas coisas de nossas vivências dentro e fora do nosso sagrado e assim, entendemos muito mais a nós mesmos e as coisas que estão a nossa volta. Demos mais um passo e como sempre escutamos dentro de nós mesmos, mais um passo dentro de um caminho que não tem fim. Sabemos disso, aceitamos isto e é exatamente isso que queremos para nós. Que nosso caminho de aprendizado nunca pare e seja sempre esta estrada sem fim que trilhamos com muito orgulho.

Sempre guiados por nós mesmos e conduzidos por nosso coração e mente. Razão e emoção em equilíbrio contínuo. O nosso caminho do meio, onde não existem bem ou mau, mas sim o que nós buscamos, respeitando tudo, todos e aprendendo com eles.

E que cada experiência seja única e o aprendizado seja sempre nosso aliado, pois é isso que pedimos, e é por isso que agimos.

AHOW IRMÃOS!!!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Não existem diferenças

Uma grande noite nos esperava e mesmo sem sabermos o porque, sentíamos em nossa alma que seria mais um grande passo dentro de nossa jornada. Mesmo com a alguns percalços, conseguimos nos reunir em nossa terra sagrada para mais uma noite inesquecível e cheia de encantos, que só a roda e todos os seres que a cercam podiam nos proporcionar.

Ao chegarmos ao local, já fomos presentados com algumas frutas, pois era um dia muito especial e de comemoração. Todo o respeito aos nossos irmãos, independente de religião ou crença, pois não enxergamos diferenças entre fé ou divindades, em qualquer que seja a cultura, pois como já foi dito há muito tempo por um grande sábio, na cada de Meu Pai, existem diversas moradas.

Após recebemos este presente, nos sentamos em torno da roda e demos então andamento a nosso ritual. Explicamos algumas coisas de nossa roda a algumas pessoas que estavam nos visitando pela primeira vez e fomos muito bem aceitos, assim como eles também foram.

Cantamos, dançamos com a alma, rodopiamos e nos encontramos ali mesmo, bem diante de nossos olhos e então, a roda nos deu mais um presente. Houve então a conexão com outra egrégora, e então pudemos ver a conexão existente estas duas, mas afinal o que não está conectado? O universo expande a cada dia e tudo está interligado. Pudemos entender, mais uma vez, e desta vez de forma muito visível o como o todo é interligado e como tudo faz sentido e que apenas mais uma pequena peça do quebra cabeça se encaixava num mundo sem fim e sem paradoxo.

Então o último presente da noite nos foi entregue. O presente da águia, o presente da vida. Entramos em contato com a floresta, os animais sagrados e cada elemento que se fez presente e dentro de cada um, mais uma vez regamos a semente que já germina e dá frutos. Tudo está sempre dentro do objetivo de cada um e assim aprendemos que podemos tudo. E que todos temos asas, apenas temos que aprender a enxerga-las.

AHOW!!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Som do Silêncio

A noite chega e com ela o coração se enche de alegria, pois estamos a caminho. Em nosso caminho para nos conhecermos melhor e assim compreender um pouco do todo.

Abrimos a roda e então sentimos Wakantanka, o grande espírito e grande mistério e sua presença nos fez transbordar de felicidade, e nossas energias são renovadas através da música que entoamos em uma só voz e esta voz não é só nossa. Através de nossos corações e mentes ela flui por nossos corpos e almas. Pedimos então que essa energia se espalhe e atinja a todos que precisam através de nossa Mãe Terra. E sentimos ela se espalhar e assim quem estava disposto e de coração aberto, recebeu e transmutou para algo melhor. Pedimos muito a cura da Mãe Terra que tem sofrido e se transformado, e ela também recebeu esta energia.

Então pedimos ajuda a nosso amigo o Fogo Sagrado para que pudéssemos ajudar um grande guerreiro que estava precisando se encontrar e se redescobrir. Porém mesmo antes de iniciarmos o ritual do Fogo Sagrado, começamos então a curar outra pessoa, para que pudéssemos chegar a este irmão. A relaxamos, e então cantamos, dançamos e com ajuda de algumas ervas e diversas energias que nos rodeavam ela foi curada.

Algumas intenções foram então escritas no papel e ele foi levado até o Fogo Sagrado. Foi possível ver o papel tomar diversas formas antes de então virar apenas cinzas, transmutando todas as intenções e as levanto a uma outra esfera. Após isto, por um único momento, a música cessou, os pensamentos cessaram assim como todos os outros sons e então nosso irmão Silêncio se fez presente, nos levando a contemplar o Todo que estava a nossa volta, nos levando cada vez mais perto da presença do divino. Uma sensação de total liberdade de nossos corpos e alma, em uma conexão única com o universo que nos cerca.

O ritual cessou de forma sutil, conosco conversando em torno da roda, do mesmo jeito que já foi feito milhares de vezes por nosso irmão da antiga linhagem. E este ritual está marcado dentro de nosso ser para sempre. Não como ferro quente no couro de um animal, que após a morte some assim como seus restos mortais, mas sim como o vento que jamais deixou de trazer boas novas.

AHOW IRMÃOS!!!



domingo, 16 de janeiro de 2011

O que é o Xamanismo?

O Xamanismo me despertou para um outro mundo, do qual eu pouco conhecia ou lembrava a alguns anos atrás. E dentro deste mundo existem muitas coisas, mas como defini-las ou até mesmo entende-las? Neste texto, estão algumas coisas que já li sobre o significado e o que realmente significa pra mim.

Este tema é encontrado em diversos livros e sites, porém os livros que mais tem significado dentro do xamanismo acredito ser todos da obra do Carlos Castaneda em que ele descreve como foi sua experiência com um índio da tribo Yaqui, Don Juan Matus. Tudo começa com o jovem Castaneda procurando maiores informações para sua tese de Phd sobre plantas enteogenas (ou vulgarmente conhecidas como alucinógenas), porém ele descobre um novo mundo que vai muito além das plantas

Don Juan, após muita insistência de Carlos, acaba lhe mostrando uma das plantas, o peiote ou também conhecido como mescalito e também lhe mostra um fumo, preparado com ervas e cogumelos.

Ao longo da jornada de Castaneda, ele descobre muito mais do que plantas e seus efeitos, mas acaba se descobrindo e despertando a si mesmo em um grau muito mais elevado, que afinal era este o intuito de Don Juan, que lhe passa todo seu conhecimento como brujo e xamã. Em outro texto aqui do blog, eu abordo sobre a ligação destas duas palavras, clique aqui para ler ou reler o texto.

Don Juan e sua tribo são do México, porém em diversas culturas, o termo xamanismo é encontrado e chegou até nos pelos índios e tribos de diversas regiões. Existem registros e até remanescentes praticantes do xamanismo na América do Norte, Brasil, Canadá, Mongólia, África, Antártica, entre outros. Cada qual tem sua particularidade, porém sua essência é a mesma e apesar de muitos acreditarem que o xamanismo tem origem indígena, ele é muito mais antigo. Povos muito mais antigos já praticavam o que hoje chamamos de xamanismo e esta talvez seja a forma de culto aos Deuses, mais antiga da raça humana.

Porém, nestes anos dessa minha caminhada dentro do xamanismo, descobri que para cada um existe um xamanismo, pois é a jornada para dentro de si mesmo e como cada um tem suas particularidades, medos, dificuldades, valores, virtudes é necessário quebrar estes conceitos, mergulhar e encontrar nosso verdadeiro EU.

Algumas pessoas precisam das plantas de poder para poder enxergar este outro mundo, algumas precisam de horas de meditação, outras precisam do contato direto com a natureza, já outras o encontram na solidão de seus quartos, outros em tribos, outros encontram com as músicas ou com histórias, até dentro de escritórios, mas acredito o que todas tem em comum é seguir o coração e ser livre de pensamento, corpo e alma.

Muitas coisas são ditas sobre o sobre o xamanismo, mas só aquilo que é sentido em todos os âmbitos da vida de cada um, é o real xamanismo e aquele que é está dentro de você e no final é o despertar para você mesmo, dentro de uma outra consciência.

AHOW IRMÃO!!!



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O longo caminho para nosso real EU

É sempre muito bom nos reunir novamente para celebrarmos a grande roda junto dos meus grandes amigos, deste e de outros planos.

Mesmo tendo um dia tranquilo e cheio de bons sinais, o sentimento de estar na roda é único. A paz e tranquilidade, é indescritível e a sensação de estar em casa, é quase tão confortante quando se realmente estivéssemos lá no meio de nossa floresta, com as plantas e animais. A presença deles é sempre forte e nos acompanha em nosso dia a dia, porém quando lá estamos a conexão é muito mais real.

Em nossa terra sagrada, começamos o ritual com nossas músicas e assim rompemos os véus e conseguimos ver a verdadeira realidade q nos é coberta pelo ‘deserto do real’ de nosso mundo ‘civilizado’. Dançamos e cantamos com nossos irmãos e os animais nos rodeando. A música que todos cantavam juntos, se torna a música pessoal de cada um e a cada palavra nossa, toque do tambor ou som da maraca, chegamos mais perto de nosso eu superior.

Após a música, lá estávamos nós em torno da roda conversando e absorvendo as informações que nos eram transmitidas através dela. Entendemos que no ano que se passou, nós aprendemos muitas coisas e neste ano que começa, estas coisas serão colocadas em prática e o ciclo com certeza irá retornar. É a troca de conhecimentos, de aprendizados que nunca irá cessar.

Fomos então presenteados com uma viagem pra dentro de nós mesmos. Viagem esta que foi conduzida com maestria por um grande irmão, da qual não foi necessário palavras para nos conduzir, apenas a vontade, sua energia e a força do tambor. E por caminhos maravilhosos andamos, aprendemos e compartilhamos e então renascemos renovados.

Nossos caminhos estão cada vez mais iluminados e continuamos a caminhar pela beleza de ser nós mesmos e felizes por isso. Nossa tribo mais uma vez, encerra o ritual em festa dentro de nossos corações.

AHOW IRMÃOS!!!